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segunda-feira, 31 de março de 2014

Educação Escolar de Pessoas com Surdez Atendimento Educacional Especializado em Construção

Educação Escolar de Pessoas com Surdez
Atendimento Educacional Especializado em Construção

Neste texto temos como perspectiva a visão do pós-modernismo na reflexão da educação escolar da pessoa com surdez rompendo com os embates entre gestualistas e oralistas, pois, nesta proposta é pensado o sujeito surdo como um ser reflexivo e capaz de desenvolver-se plenamente desde que tenha um trabalho pedagógico adequado. A proposta aqui exposta reflete sobre o fracasso escolar da pessoa com surdez independente dos estudos científicos adotados por oralistas ou gestualista e sim na busca de ações pedagógicas consistentes e produtivas para todos, e neste caso atendendo as necessidades da pessoa com surdez.
Desta forma, abre-se mão do que se constitui a chamada identidade surda, cultura surda, línguas surda e sujeito surdo e o grupo dominante ouvinte. Acreditando que não existe divisão entre pessoas com ou sem deficiência, pois, os seres humanos se igualam na convivência, na experiência, nas relações, enfim, nas interações. Neste momento, pensa-se o sujeito surdo como um ser capaz, de consciência, pensamento e linguagem, tal qual como os ouvintes tendo apenas em sua biologia a perda sensorial auditiva como diferença. Este é o momento em que se vê a necessidade do sujeito surdo com suas capacidades notáveis e dificuldades também de igual forma aos ouvintes e assim rompendo com os embates entre gestualistas e oralistas.
Neste momento em que rompe-se os embates e iniciamos a reflexão de qual é o problema da educação das pessoas com surdez vemos que a problemática não esta no problema da língua em si, más no fracasso escolar no Brasil como um todo, sendo assim, se faz necessário propor ações pedagógicas eficientes, tirando assim do foco a identidade surda e focar na pessoa com surdez (PS) que é um ser biopsicossocial, cognitivo, cultural; e na forma de aquisição e produção de conhecimento para este sujeito. Pensando uma prática pedagógica voltada para as potencialidades das pessoas surdas e dos demais.
Na proposta bilíngue que esta em conformidade ao Decreto 5.626 de 5 de Dezembro de 2005 que determina a formação da pessoa com surdez, em que a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa, esta na modalidade escrita, constituam língua de instrução e que o acesso a língua ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para todo o processo educativo.
Pensando a respeito da citação acima mencionada, devemos refletir que na proposta bilíngue que não deva existir uma hierarquia entre L1XL2, pois desta forma podemos estar reforçando o bimodalismo e não o bilinguismo, sabendo que a PS tem plena condição social e educacional de desenvolvimento e abrindo mão assim de que a proficiência nas duas línguas possa ser uma ilusão. Desta forma, voltamos a refletir que o fracasso educativo da PS é um problema das práticas pedagógicas e tirar de foco o problema desta ou daquela língua. Para PIERUCCI 1999, as diferenças e limitações devem ser reconhecidas e respeitadas e tirar de foco o fracasso nesta questão por conta da deficiência.
Nesta perspectiva de favorecer o pleno desenvolvimento do sujeito no Brasil existe a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva como marco legal e a proposta do Atendimento Educacional Especializado para as pessoas com surdez, que acontece em três momentos AEE em LIBRAS, AEE de LIBRAS e AEE de Língua Portuguesa. Os Atendimentos do AEE acontecem no contraturno ao da sala de aula comum e em conformidade as necessidades e realidades locais.
Neste momento tivemos como objetivo de demonstrar as possibilidades e potencialidades do sujeito surdo numa perspectiva inclusiva e rompendo com a dicotomia e embates entre gestualistas e oralsitas, que tem prejudicado o pleno desenvolvimento da PS e tendo o AEE, como complementar e suplementar ao processo educativo.


Referências
A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fasciculo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez- Atendimento Educacional Especializado em Construção,  UFC-MEC/ 2010, p.46-57.