Educação
Escolar de Pessoas com Surdez
Atendimento
Educacional Especializado em Construção
Neste texto temos como perspectiva a visão do
pós-modernismo na reflexão da educação escolar da pessoa com surdez rompendo
com os embates entre gestualistas e oralistas, pois, nesta proposta é pensado o
sujeito surdo como um ser reflexivo e capaz de desenvolver-se plenamente desde
que tenha um trabalho pedagógico adequado. A proposta aqui exposta reflete
sobre o fracasso escolar da pessoa com surdez independente dos estudos
científicos adotados por oralistas ou gestualista e sim na busca de ações
pedagógicas consistentes e produtivas para todos, e neste caso atendendo as
necessidades da pessoa com surdez.
Desta forma, abre-se mão do que se constitui
a chamada identidade surda, cultura surda, línguas surda e sujeito surdo e o
grupo dominante ouvinte. Acreditando que não existe divisão entre pessoas com
ou sem deficiência, pois, os seres humanos se igualam na convivência, na
experiência, nas relações, enfim, nas interações. Neste momento, pensa-se o
sujeito surdo como um ser capaz, de consciência, pensamento e linguagem, tal
qual como os ouvintes tendo apenas em sua biologia a perda sensorial auditiva
como diferença. Este é o momento em que se vê a necessidade do sujeito surdo
com suas capacidades notáveis e dificuldades também de igual forma aos ouvintes
e assim rompendo com os embates entre gestualistas e oralistas.
Neste momento em que rompe-se os embates e
iniciamos a reflexão de qual é o problema da educação das pessoas com surdez
vemos que a problemática não esta no problema da língua em si, más no fracasso
escolar no Brasil como um todo, sendo assim, se faz necessário propor ações
pedagógicas eficientes, tirando assim do foco a identidade surda e focar na
pessoa com surdez (PS) que é um ser biopsicossocial, cognitivo, cultural; e na
forma de aquisição e produção de conhecimento para este sujeito. Pensando uma
prática pedagógica voltada para as potencialidades das pessoas surdas e dos
demais.
Na proposta bilíngue
que esta em conformidade ao Decreto 5.626 de 5 de Dezembro de 2005 que
determina a formação da pessoa com surdez, em que a Língua de Sinais e a Língua
Portuguesa, esta na modalidade escrita, constituam língua de instrução e que o
acesso a língua ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando
para todo o processo educativo.
Pensando a respeito da citação acima
mencionada, devemos refletir que na proposta bilíngue que não deva existir uma
hierarquia entre L1XL2, pois desta forma podemos estar reforçando o bimodalismo
e não o bilinguismo, sabendo que a PS tem plena condição social e educacional
de desenvolvimento e abrindo mão assim de que a proficiência nas duas línguas
possa ser uma ilusão. Desta forma, voltamos a refletir que o fracasso educativo
da PS é um problema das práticas pedagógicas e tirar de foco o problema desta
ou daquela língua. Para PIERUCCI 1999, as diferenças e limitações devem ser
reconhecidas e respeitadas e tirar de foco o fracasso nesta questão por conta
da deficiência.
Nesta perspectiva de favorecer o pleno
desenvolvimento do sujeito no Brasil existe a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva Inclusiva como marco legal e a proposta do Atendimento
Educacional Especializado para as pessoas com surdez, que acontece em três
momentos AEE em LIBRAS, AEE de LIBRAS e AEE de Língua Portuguesa. Os
Atendimentos do AEE acontecem no contraturno ao da sala de aula comum e em
conformidade as necessidades e realidades locais.
Neste momento tivemos como objetivo de
demonstrar as possibilidades e potencialidades do sujeito surdo numa
perspectiva inclusiva e rompendo com a dicotomia e embates entre gestualistas e
oralsitas, que tem prejudicado o pleno desenvolvimento da PS e tendo o AEE,
como complementar e suplementar ao processo educativo.
Referências
A Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar. Fasciculo 05: Educação
Escolar de Pessoas com Surdez- Atendimento Educacional Especializado em
Construção, UFC-MEC/ 2010, p.46-57.